Os Sopranos.
No passado fim semana passou na televisão americana o último episódio da saga da família Soprano. Pessoalmente, embora a curiosidade me roa por dentro, não sei ainda qual foi o final da mesma.
Comecei a ver esta série no canal 2 acidentalmente, e por falta de disponibilidade nunca a segui continuamente. Porém no Natal passado, alguém com bom gosto, resolveu ofertar-me o “pack” com a primeira temporada. Literalmente devorei a primeira temporada, depois a segunda, depois…bom, vocês devem imaginar o resto.
Eu não sou muito dado a televisão. Provoca-me sono. Contudo algo nesta série destoa das restantes séries que surgem abundantemente do outro lado do mar. Algum tempo atrás recordo-me de ler um artigo, no Público, num daqueles inúmeros cadernos que este contempla, em que se fazia a análise de algo que definem como a nova época de ouro da TV americana. Isto graças à qualidade ou nível médio deste tipo de séries, que começaram a rodar nos últimos cinco anos em particular, e que fez mudar o perfil médio de quem vê televisão. Entre outras referências o artigo aludia a “24”, “Dr. House”, “CSI”, “6 feet under”, e outras. Ao abordarem “The Sopranos” o autor referia que seria a melhor série de sempre feita nos USA. É uma opinião, discutível como tantas outras. Contudo um trecho de frase do referido artigo quedou-se na memória: qualidade literária. É isso. Os Sopranos estão muito acima das restantes séries não tanto pela qualidade dos actores, banda sonora, fotografia ou trabalho de direcção, mas pela riqueza do argumento e pela qualidade dos diálogos. Atentem aos diálogos entre a Drª. Melfi e Tony Soprano. Percam-se nas análises e raciocínios aparentemente frívolos de Carmela Soprano.
Cá no burgo (em Portugal) escreve-se pouco e mal. Devem-se contar pelos dedos os escritores vivos (cá) que o façam de melhor forma que os argumentistas que alimentaram as seis temporadas da família Soprano…